TurismoEspeleologia

Gruta da Arrifana (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Gruta da Arrifana (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Gruta do Algarinho (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Gruta do Algarinho (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Soprador do Carvalho (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Soprador do Carvalho (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Senhora da Estrela (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Senhora da Estrela (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Algar da Lagoa
Algar da Lagoa 
Abismo de Sicó (foto: Miguel Pessoa - NEC)
Abismo de Sicó (foto: Miguel Pessoa - NEC) 
Algar do Sancho (foto: Pedro Pinto - LPN-CEAE)
Algar do Sancho (foto: Pedro Pinto - LPN-CEAE) 
Algar da Água (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Algar da Água (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Olho do Tordo (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Olho do Tordo (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Algar do Vale (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Algar do Vale (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Buraca Grande da Porta (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Buraca Grande da Porta (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Buracas do Casmilo (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Buracas do Casmilo (foto: Carlos Ferreira - GPS) 
Canyon do Poio Novo (foto: Carlos Ferreira - GPS)
Canyon do Poio Novo (foto: Carlos Ferreira - GPS) 

Espeleologia, o que é?

A palavra Espeleologia deriva do grego spelaion (caverna) e logos (estudo). É a disciplina consagrada ao estudo das cavernas, sua génese e evolução, do meio físico que elas representam, do seu povoamento biológico actual ou passado, bem como dos meios ou técnicas próprios para o seu estudo (Géze, 1968). São várias as ciências que podem auxiliar o estudo das cavidades, nomeadamente, a geologia, a hidrogeologia, a arqueologia, a paleontologia, a mineralogia, a bioespeleologia, entre outras.

A Espeleologia combina o desporto, a aventura, o lazer na Natureza, a pesquisa e o trabalho científico. É um veículo de eleição para a educação ambiental, seja pelas regiões visitadas, quase sempre belas e pouco humanizadas, seja pelo forte contexto ético da actividade espeleológica, seja ainda pelo frequente contacto com problemas ambientais. A prática da espeleologia exige uma formação adequada e uma regulamentação precisa tanto no campo da ética como da segurança.


Espeleologia no Maciço Sicó-Alvaiázere

Esta actividade pode ser praticada por todo o maciço. Todos os concelhos das Terras de Sicó possuem cavidades. Também quase todas as diferentes litologias possuem grutas, com especial incidência nos calcários mais puros e carsificáveis do Jurássico Médio.

As cavidades do maciço são em geral pequenas e de pouco desenvolvimento, sendo de destacar algumas pela sua dimensão e beleza, mas também pelo património geológico e arqueológico singulares. De realçar o facto que grande parte dos possíveis sistemas subterrâneos do maciço ainda estarão por descobrir.

Destaque para algumas das principais cavidades dos concelhos das Terras de Sicó:

  • Gruta da Arrifana (Condeixa-a-Nova), maior cavidade conhecida do concelho, 150m de desenvolvimento. No seu interior possui algumas formações de rara beleza.
  • Cova do Ladrão (Soure), importante cavidade arqueológica, situada nas imediações das Buracas do Casmilo.
  • Algar da Janeia (Penela), grande cavidade originada pelo abatimento de uma sala ou galeria subjacente. A sua boca mede 35m de diâmetro e a atinge uma profundidade de 45m. Possui no seu interior um micro clima, facto que permitiu o estabelecimento de várias espécies vegetais já extremamente raras em Portugal.
  • Sistema do Dueça (Penela), o maior sistema subterrâneo conhecido no maciço e um dos maiores de Portugal, totalizando quase 9km de galerias conhecidas. Este sistema espeleológico encontra-se ainda em fase de estudo e é composto por várias cavidades, sendo as principais:
    • Algar da Várzea, a mais importante gruta-perda do maciço, com 650m explorados;
    • Gruta do Algarinho, cavidade com 2500m muito interessante do ponto de vista morfológico e arqueológico;
    • Gruta do Soprador do Carvalho, é a maior cavidade conhecida no maciço, com aproximadamente 4500m de galerias conhecidas. No seu interior corre uma ribeira subterrânea que irá surgir no Olho do Dueça;
    • Olho do Dueça, a nascente do Rio Dueça, com 980m de desenvolvimento, sendo acessível através de um poço artificial e recorrendo a técnicas mergulho subterrâneo;
  • Gruta de Santa Maria da Estrela (Pombal), durante muito tempo foi a maior cavidade do maciço, com 200m de galerias. É um importante abrigo de hibernação de morcegos.
  • Algar das Quintas (Pombal), cavidade de 75m de profundidade, possui um poço de 60m;
  • Olhos d’Água do Anços (Pombal), a nascente do Rio Anços, a mais importante exsurgência do maciço. A cavidade subaquática a ela associada é conhecida até 63m de profundidade, é um dos grandes sistemas de Sicó-Alvaiázere por desvendar;
  • Algar do Burro (Pombal), cavidade com 45m de profundidade. Possui no seu interior umas das maiores formações litoquímicas de Portugal, uma coluna encostada à parede com 30m de altura;
  • Algar da Ervilha (Pombal), com 52m de profundidade e 150m de galerias é a cavidade mais importante do Vale de Ereiras, onde existe a maior concentração de cavidades do maciço, 40 algares em 4km2 (Thomas, C., 1986);
  • Algar da Lagoa (Pombal), maior sala subterrânea do maciço, com uma área de 2000m2 e uma profundidade de 48m. É um importante abrigo de morcegos;
  • Abismo de Sicó (Pombal), é a cavidade mais profunda do maciço, com 107m de profundidade, foi a primeira a ultrapassar a mítica barreira dos -100m. Possui também a maior vertical absoluta do maciço e umas das maiores conhecidas em Portugal, com 85m;
  • Algar do Sancho (Pombal), a segunda cavidade mais profunda conhecida no maciço, com 85m. É também um dos mais belos algares do maciço. A sucessão de poços e passagens aéreas a 40m do solo da gruta conferem-lhe uma morfologia singular;
  • Gruta da Cerâmica (Ansião), importante cavidade arqueológica, com 120m de galerias e algumas formações de rara beleza;
  • Olhos d’Água de Ansião (Ansião), a nascente do Rio Nabão, cavidade acessível por meio de dois poços artificiais, que dão acesso a cerca de 100m de galeria. Esta exsurgência temporária foi explorada em mergulho até 70m de profundidade;
  • Buraca Grande da Porta (Alvaiázere), gruta/mina de extracção de ferro (hematite). No interior da cavidade foram encontrados materiais arqueológicos do período romano;
  • Algar da Água (Alvaiázere), gruta situada no centro do grande Castro da Serra de Alvaiázere. É um importante abrigo de morcegos.
  • Olho do Tordo (Alvaiázere), a nascente do Ribeiro do Tordo, cavidade acessível por meio de um poço artificial, dando acesso a 150m de galerias.

Lema da Espeleologia

Nas grutas…
… nada se tira a não ser fotografias
… nada se deixa a não ser pegadas
… nada se mata a não ser o tempo
… nada se leva a não ser saudades